Representantes de mineradora catarinense visitam São Sepé

Representantes da Mineração Nossa Senhora do Carmo estiveram em São Sepé esta semana para acompanhar um levantamento de campo em andamento no interior do município. O trabalho, que envolve engenheiros, geólogos, biólogos, entre outros profissionais, tem por objetivo a coleta de dados para a elaboração do licenciamento ambiental para exploração do carvão mineral na região.
Estudos apontam que o solo local é abundante neste tipo de combustível fóssil, amplamente utilizado na indústria siderúrgica, bem como na geração de energia. No entanto, sua exploração é complexa, e depende, além de tecnologias adequadas, de uma série de exigências que devem ser atendidas para minimizar os impactos da operação – entre elas, uma coleta de dados detalhados sobre a vegetação e os animais nativos, a qualidade do ar, características de relevo, entre outras informações climáticas referentes às quatro estações do ano. Somado a isso, a população deve ser consultada sobre o empreendimento através de audiências públicas.
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O diretor jurídico-financeiro da empresa, Clesio Sartor, entende que o carvão mineral é uma potencialidade de São Sepé e deve agregar desenvolvimento econômico para a região. Ele traduz essa expectativa em números: a etapa inicial, que contempla o levantamento ambiental, representa um investimento de R$1 milhão. Já a implantação da atividade, no que diz respeito a estrutura e equipamentos necessários é orçada em R$10 milhões. Ainda segundo Sartor, caso seja liberada, a mineração deve gerar até 70 empregos diretos e 280 indiretos. “Nossa filosofia é utilizar toda a mão de obra da região, buscando fora apenas o que não está disponível”, diz.
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Em relação aos impactos ambientais, o engenheiro de minas Evaldo da Silva, explica que, atualmente, há protocolos extrativistas bem mais seguros do que os disponíveis em décadas passadas. Um exemplo é o modelo de beneficiamento à seco, que dispensa represas e depósitos de rejeitos. A organização do trabalho de retirada do carvão por lotes também permite a recuperação do meio ambiente por etapas, sendo esta uma das principais exigências para que a empresa receba autorização para atuar na região. “Ao final da atividade, o objetivo é deixar a área igual ou melhor do estava”, explica Sartor. Além disso, o monitoramento dos aspectos ambientais é constante durante todo o período de exploração, e tem como parâmetros os dados coletados na etapa de licenciamento.
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O prefeito de São Sepé, Léo Girardello, tem participado de reuniões com a Mineração Nossa Senhora do Carmo há pelo menos dois anos. “Já fomos até sede da empresa, que fica em Criciúma, Santa Catarina, e nos certificamos de fazem um trabalho sério, com mais de 60 anos de atuação no ramo da mineração”, conta. “Este trabalho que estamos realizando é no sentido da geração de empregos e renda. Ainda, é importante reforçar que ao final da exploração do carvão, o solo é totalmente recuperado e a área pode ser reflorestada”, explica. O processo também é acompanhado de perto pelo secretário de Desenvolvimento Econômico Sandro Brum. “Desde que assumimos, temos a preocupação de diversificar a matriz econômica do município. A vitivinicultura, a olivicultura e a instalação da usina termelétrica são exemplos deste esforço”, relembra.
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Mineração pode render royalties:
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As reservas minerais em solo brasileiro pertencem ao governo federal. No entanto, os superficiários – ou seja, os donos de terras onde há jazidas – tem direito a royalties, que são um tipo de pagamento por exploração. Quando determinada empresa ganha a concessão para explorar uma área, precisa pagar a Compensação Financeira Pela Exploração de Recursos Minerais (CEFEM), que, no caso do carvão mineral, equivale a 2% do seu faturamento. O proprietário dessa terra tem direito à metade deste montante. Em um exemplo prático, se a mineradora fatura R$2 milhões, deve repassar R$40 mil equivalente a CEFEM para o Governo Federal. Portanto, o proprietário da terra explorada pode receber R$20 mil por mês.